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Mostrando postagens de março, 2008

Des...abafo

Que Clarice me embale num berço de imagens claras e Bandeira me distraia com a musica presa no novelozinho para cá, para lá... Que Drummond me presenteie com o elefante E Graciliano encha de poeira o meu chão vazio. porque hoje não sou nada hoje não sou nada hoje não sou nada pra sempre amanhã terei morrido... (Então há esperança?)

Aéreo porto

No primeiro dia ela era só a garota com um livro na mão no aeroporto, por quem passei correndo a fim de gastar menos possível da moeda do meu tempo. No segundo dia ela levantava aqueles grandes olhos azuis, me sorria, e eu quase morria afogado. No terceiro dia ela acenava pra mim, o cabelo longo bagunçado pelo vento. Eu ia até ela que me beijava longamente e começava a me contar uma série de histórias ocorridas durante minha ausência. Me pegava pela mão e todas as minhas moedas caíam e se espalhavam silenciosamente aeroporto afora. No quarto dia ela estava em um canto, o cabelo curto lhe caindo sobre os olhos negros atentos no livro. Eu chegava perto, ela sorria, me abraçava, sem dizer uma palavra, e a vida era só um quadro em combustão... No quinto dia mudaram minha rota

Inexorável

O patinho de madeira vem-na-esteira...passa vem-na-esteira...passa vem-na-esteira...pá! E-a-esteira-roda e-a-esteira-roda e-a-esteira-roda...

Alienação.

Ficaram impressionados com a suntuosidade da sua biblioteca assim e não assim como ficaram impressionados com a leveza de seu corpo enquanto o carregavam.

verdade

eu... = dizíma periodica / milhares seres coisas sentimentos .: eu... não-eu eu-não...

Cinderela

- Seja você mesma! - Animou-a a fada. - Mas em cinco minutos? - Se conseguir prolongar até lá... - O encanto? - O instante.

Desconto do cotidiano

Joao certinho era funcionario publico de uma universidade federal. Um dia saiu do psicologo com vontade de viver. Socou o chefe, xingou os amigos bebeucantoudançou e descobriu que o que mais gostava na vida era ser funcionário publico. Foi encontrado morto com um saco plastico na cabeça atrás do prédio em que trabalhava.

Prece

Senhor, Se descubra ante a mim e cubra minha vista com sua figura. Feche meus olhos com seus beijos sem fim e que eu tenha uma visão do paraíso sem fissura. Erga sua mão sobre a minha boca e que eu beba a grandes goles sua luz (tão boa...) que varre as vozes vacilantes das minhas sombras sibilantes. Assim, o diabo descerra a cortina e entra no espetáculo escondido atrás de mim, desatina despegar pragas como um oráculo. E eu saberei que tudo é culpa dele mas, como ele se foi, só verei ouro à minha frente abraçada à sua figura, ó senhor, filho dEle uma sombra branca que se diz sempre presente.

De ruim

Ela era magra de ruim. Sofria de anorexia.