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Mostrando postagens de julho, 2008

Circulado

Fumava um cigarro de possibilidades enquanto caminhava nervosamente desenhando o infinito no chão do quarto. Esperava... enquanto via na fumaça delgada espectros do que eu pensava que sonhava... Foi quando te vi,por um acaso minuciosamente arquitetado, passar lentamente pela fresta da porta que eu havia riscado, e me vi acenando rapidamente com um brilho nos olhos que nunca havia planejado. Corri e corri... Se eu te alcancei, não sei. As paredes são as mesmas, o quarto é o mesmo, o desenho cada vez mais profundo... Todavia descobri que realmente odeio fumar...

Penelope

A tecelã do meu destino tece distraidamente uma colcha com fios de bruma as vezes num desatino desfaz o tecido sem razão alguma. Talvez a agulha escorregue de seus dedos talvez ela se fura e desiste, por medo mas eu não vejo nada disso, só o degredo do tecido à minha frente se desfazer sempre tão cedo. Corro de volta o mais rápido que posso do furacão de fios que vejo atrás de mim é terrível a visão que tenho do fosso penso tudo, mas me recuso a ver o fim E quando estou balançando no último fio prestes a me deixar cair lá embaixo, no rio o serviço recomeça, estranhamente, tardio e me força a andar o caminho, novamente, vazio.

Velório

- Não fala assim, todos temos uma parte sensível... - Ele tinha: os dentes.