Manuscrito

Que chova filosofias torrenciais no meu telhado
infiltre em gotas ácidas pelas paredes
caia sobre os livros freudianos em cima da mesa
que me olham atentamente no divã;

Que palavras se alinhem misticas como os astros
emerjam energicas em quimeras de conhecimento
que envolvam vorazmente todos os momentos
em que meus olhos figuram sua figura.

A lágrima cristalina é um mar de sentimentos findaveis
inexplicáveis adentrando as rugas ocultas
construindo ponte abstrata, torta e rubra
como uma epifania que se alumbra.

Porque vejo que a arte é borboletas dando voos razantes sobre sua pele
em arrepios constantes deslizando freneticamente,
dilatando as pupilas, tranformando os dedos em rios ainda que...
vejo mais nítido o infinito como a união de dois vazios...

(Isso é mto antigo - saudade dos versos longos XD)

Comentários

Thales Capitani disse…
.

Eu o batizaria de intelecto erótico.

muito bom
e é das antigas! \o/
Ahhhh adorei!! Epifania q se alumbra: incrível!!
Seus poemas são para ler no escuro, quando eu choro!!!

Vc volta mesmo em outubro Salieri??
Saudades...
Estou lá em partes, mas sempre penso na sua cinderela... vc tem uma mão pesaaada pesada, eu amo demais seus poemas!!
Anônimo disse…
otircsunaM

que seja violenta a pancada, a queda da água
que te sobre carregue, lamacenta enxurrada
incessante, apodrecerá o teu teto, te expondo
os astros em estúpido espetáculo

teus livros lavados, suas letras borradas
o alemão soterrado, os mistérios revelados
e você desnuda treme alucinada em um divã encharcado

a lágrima salina é diluída em infinito oceano
tudo vai sendo explicado, as rugas retraem
voltas ao passado, a ponte finda
perfeita, machina, nunca verás noite de tão negra luz

descobre que a larva se arrasta, em caminhos venosos
sob a pele, penetrando fraternamente teu ser
teu olho vê o devir, tua mão exala calor, êxtase, torpor
e no infinito escuro encontras tudo em perfeita união

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